O que acontece com o corpo durante a menopausa
Escrito por Bárbara Boppré
Historicamente, a menopausa era ser vista como motivo de vergonha para muitas mulheres. Foi com o passar dos últimos 50 anos, fruto do avanço da ciência, da tecnologia e do feminismo, que o processo passou a ser mais estudado na comunidade médica e cientifica, o que mostra que os debates sobre o tema são ainda bastante recentes. No post de hoje, vamos te mostrar tudo que você precisa saber sobre a menopausa e porque ela não deve ser vista como algo negativo. Vem!
O que é a menopausa
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Por volta dos 30 e 40 anos, e estendendo-se até os 65 anos, as mulheres passam pelo climatério, que é o período de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo. Quando o ciclo menstrual para de acontecer de forma total - após 12 meses consecutivos - , tem-se o período da menopausa.
O que acontece durante a menopausa?
Na menopausa, o corpo reduz a produção dos hormônios femininos, como o estrogênio e a progesterona. Isso faz com que as mulheres passem por alterações hormonais e metabólicas que impactam não apenas a saúde do corpo, mas também a saúde mental e sexual.
Sintomas físicos da menopausa
Ondas de calor, alterações de humor, diminuição da libido, insônia e ressecamento vaginal são os sinais mais comuns. Na pele, ocorre o processo natural de perda da elasticidade e hidratação, levando ao surgimento de linhas de expressão e manchas.
No entanto, estudos comprovam que a menopausa é um período bastante pessoal que não se limita aos sintomas físicos.
Como aliviar os sintomas da menopausa
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No climatério - período de transição até a menopausa -, naturalmente ocorre a diminuição da massa magra, o aumento da gordura corporal e redução da estatura, que elevam o índice de massa corpórea (IMC). Isso faz com que as mulheres que passam por esse período precisam redobrar os cuidados para manter um organismo saudável.
A prática de exercício físico regular é uma das formas mais eficazes para tratar e prevenir vários quadros que podem surgir no climatério, como hipertensão arterial, o diabetes mellitus tipo 2, as dislipidemias e a aterosclerose.
Exercício físico na menopausa
De acordo com o American College of Sport Medicine (ACSM), a frequência ideal de prática de exercício físico para a saúde é de pelo menos 30 minutos, três dias por semana.
O exercício físico aumenta a secreção de b-endorfinas, que promovem o alívio das ondas de calor e a melhora do humor. Além disso, as b-endorfinas ajudam a fortalecer os ossos, diminuem a freqüência cardíaca em repouso, reduzem a quantidade de gordura no corpo e normalizam a pressão arterial.
A prática regular de exercícios físicos também preserva a massa muscular e da flexibilidade, gerando mais bem-estar no climatério e, consequentemente, na menopausa. Além disso, praticar esportes gera melhora na disposição e na autoestima.
Você pode escolher a atividade física que preferir, desde que mantenha a constância. Práticas de natação, ciclismo, caminhadas, pilates e musculação são ótimas alternativas para estimular a força muscular e trabalhar a flexibilidade, equilíbrio e coordenação.
Saúde mental na menopausa
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Um estudo realizado por Dino De Lorenzi, Edmund Baracat, Bruno Saciloto e Irineu Padilha Jr., da Universidade de Caxias do Sul, mostra que fatores como hábitos de vida, contexto histórico e condições sociais também impactam diretamente a forma como cada mulher experiencia a menopausa.
O estudo em questão analisou a literatura disponível sobre a temática e, após ler relatos de mulheres sobre a experiência da menopausa, elencou três temáticas para entender como funciona a vida sexual feminina depois do período:
- As informações insuficientes sobre a menopausa, sobre o próprio corpo e sobre sexualidade;
- O papel das expectativas sociais e das frustrações pessoais diante dos papéis tradicionais de gênero;
- A importância do apoio social para a vivência da menopausa ao longo da vida.
Ao analisar historicamente a visão das mulheres sobre climatério e menopausa, a pesquisa mostrou que muitas relataram que o processo é uma experiência negativa e associada à diminuição do desejo e do prazer sexual, às mudanças estéticas, à perda da atração e da sensualidade e principalmente a mudança de seus respectivos papeis na sociedade.
Enquanto isso, outras mulheres afirmaram que após a menopausa, passaram a buscar maior autonomia, mudanças e novas conquistas, inclusive no que se refere à sexualidade. Elas mencionaram que redescobriram seus próprios corpos, possibilidades de prazer, satisfação dos seus desejos e autocuidado, e sentiram-se mais livres, sem preocupações com gravidez e ciclo menstrual.
A importância de criar ambientes de conversas e debates
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Vários estudos sobre a temática mostram que as mulheres com mais acesso à educação tiveram uma experiência melhor com a menopausa, pois sabiam o que estava acontecendo com o seu corpo, e buscavam auxílio médico quando necessário.
Isso mostra como é importante que a gente crie ambientes seguros para que mulheres se sintam confortáveis de compartilhar suas experiências, dúvidas, medos e dicas sobre a saúde e o corpo feminino. Quanto maior for a educação sobre o tema, mais acesso as pessoas terão acesso à informação e os níveis de ansiedade, comuns a essa fase, também serão menores.
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