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Dia Mundial do Meio Ambiente: Comemoração ou Reflexão?

Hoje, dia 05/06 é o dia mundial do meio ambiente. A data foi recomendada pela conferência das nações unidas sobre o meio ambiente realizada, em 1972, na Suécia. No entanto o que a data de hoje propõe não é uma comemoração mas sim um momento de reflexão dos nossos hábitos e que consequências trazem para o nosso planeta.

O Brasil é um dos principais países nas pautas internacionais sobre a preservação do meio ambiente. Rico em biodiversidade, nosso território abriga a maior extensão de floresta tropical do mundo e 12% das reservas de água doce. Mas a cada ano, a situação se torna mais crítica. Espécies da flora e da fauna estão entrando em extinção, nossos rios estão secando, os índices de chuvas estão desequilibrados e a sensação térmica está cada vez mais quente.

Nosso país está em quarto lugar no ranking de maior produtor de lixo plástico do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. No estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), os dados revelaram que além de um dos maiores geradores de resíduo plástico, o Brasil também é um dos que menos recicla este tipo de lixo, apenas 1,2% é reciclado. Os resultados apontam que cada brasileiro produz 1kg de plástico por semana.

No total são 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano, onde apenas 145.043 toneladas são recicladas. O restante é descartado de forma irregular (2,4 milhões) ou em aterros sanitários (7,7 milhões) e pasmem, mais de 1 milhão não é recolhido no país!

A poluição pelo plástico afeta a qualidade do ar, do solo e sistemas de fornecimento de água, já que o material absorve diversas toxinas e pode levar até 100 anos para se decompor na natureza. Além dos problemas causados nas metrópoles, o plástico é o maior poluente dos oceanos. O termo “oceano de plástico” não é apenas uma expressão metafórica. A cada dia que passa, a quantidade de plástico nos mares aumenta significativamente. E até o ano de 2050, prevê-se que o oceano terá mais peso em plástico do que em peixes.

O problema não está restrito somente à morte da biosfera marinha. O microplástico é tão abundante que acabou se tornando parte do nosso ecossistema. Plânctons e pequenos crustáceos se alimentam deles, se intoxicam, e, consequentemente, fazem o mesmo ao serem comidos por pequenos peixes. O processo vai se repetindo até chegar aos grandes peixes, como por exemplo o atum, e, finalmente ao próprio ser humano.

Outro problema gravíssimo é o uso excessivo de agrotóxicos. O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo! O ano de 2019 teve o maior índice de aprovações já registrado, até meados de maio foram liberados 169 produtos. Dessas substâncias, 44% são extremamente tóxicas.  Estamos consumindo o equivalente a 7,3 litros de agrotóxicos por pessoa todo ano. Pesquisas feitas pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Ministério da Saúde – Fundação Oswaldo Cruz, apontam que os agrotóxicos podem causar diversas diversas doenças, como problemas neurológicos, motores e mentais, distúrbios de comportamento, problemas na produção de hormônios sexuais, infertilidade, puberdade precoce, má formação fetal, aborto, doença de Parkinson, endometriose, atrofia dos testículos e câncer de diversos tipos.

Ao aplicar pesticidas em uma plantação, além das plantas, o solo também fica contaminado. Quando chove, a água arrasta os agrotóxicos pelo solo, fazendo com que a área contaminada seja ainda maior, podendo até chegar em lençóis freáticos, rios e lagos.

E os problemas não terminam por aí. O uso massivo de agrotóxicos está ligado diretamente com a morte das abelhas no mundo. Entre dezembro de 2018 e março de 2019, foram encontradas mais de meio bilhão de abelhas mortas. As rainhas do mel são fundamentais para a vida! É através da polinização das abelhas que acontece a reprodução das plantas, e 73% de todas as espécies de vegetais dependem dessa polinização.  Sem as abelhas a humanidade não viveria por mais de 4 anos.  Ou seja, o impacto é causado em um todo o ecossistema.

Essa liberação excessiva dos venenos está diretamente ligada ao agronegócio. Ao utilizar largas extensões de terras, acaba criando áreas de monocultivos. Dessa maneira, toda a biodiversidade do local é destruída e ocorre o desequilíbrio do ambiente natural, tornando-o propício para o surgimento de elevadas populações de insetos e doenças. Assim ocorrem novos desmatamentos, para novos plantios e o ciclo recomeça. Além do mais, grande parte da produção de grãos é para alimentação de gado e aves.

A agropecuária também tem uma grande parcela nas principais causas de poluição do planeta. Os animais produzem e emitem gases como metano, um gás mais potente que o dióxido de carbono para o aquecimento global. E, 24% de todas as emissões de gases do efeito estufa são provenientes dessa demanda da criação de animais.

Tudo é uma reação em cadeia. O descarte inadequado de lixo, o consumo exagerado de recursos naturais, o desmatamento, o uso massivo de agrotóxicos, são mais do que problemas gritantes que a humanidade precisa enfrentar.

Esta é uma data para refletir. Como nossos hábitos estão interferindo no processo natural da vida? Quais as mudanças são necessárias para o combate da poluição e do aquecimento global? Sabemos que o importante é começar, e cada pequena atitude é válida nesse processo.  Não existe um planeta B, somos nós ou nossos filhos que terão de conviver com as consequências das nossas escolhas.

Caso você queira saber mais do assunto, indicamos os três documentários abaixo para reflexão:

COWSPIRACY: O Segredo da Sustentabilidade.


O Documentário aborda como  a agropecuária intensiva está dizimando os recursos naturais do planeta e por que essa crise tem sido ignorada por grandes grupos ambientalistas.

BEFORE THE FLOOD – Seremos História? 

Dirigido por Fisher Stevens e apresentado por Leonardo DiCaprio, esse documentário traz dados e uma visão realista e assustadora sobre a evolução das condições climáticas do planeta: um prognóstico ruim caso os fatores interferentes não mudem, e o que poderia ser feito para amenizar essa evolução catastrófica.


VANISHING OF THE BEES

As abelhas estão desaparecendo misteriosamente em todo o planeta. O documentário acompanha os apicultores comerciais, David Hackenberg e David Mendes, em sua luta para manter suas abelhas saudáveis e cumprir os contratos de polinização.

Fonte imagem chamada: https://claudia.abril.com.br/famosos/gisele-bundchen-manda-recado-no-dia-mundial-do-meio-ambiente/

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